O vereador Rodrigo Martins é presidente do Diretório Municipal do PSB, em Teresina, e foi reeleito com 7.408 votos, o 3º candidato mais votado na capital e o primeiro da sigla.
Filho de Luiz e Evanil Martins, Rodrigo Rodrigues de Souza Martins nasceu em Teresina no dia 02 de agosto de 1982. Caçula de uma família de três irmãos, Rodrigo é casado com Sâmya Karolyne Barros Lavor Martins, com quem teve a filha Maria Luiza, de 5 anos, e é pai de Ana Maria.
Rodrigo fez Ensino Fundamental no Colégio Sagrado Coração de Jesus, entre os anos de 1989 e 1993. Um ano depois, passa a estudar na Escola Dom Bosco onde cursou também o Ensino Médio no período de 1994 a 1996. Desde cedo, atuava como presidente de turma nas duas unidades de ensino.
Em 2001, ele ingressa no curso de Bacharelado em Odontologia na Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí, Novafapi, e finaliza a graduação quatro anos depois. Na Instituição, Rodrigo foi líder estudantil e fundou o Centro Acadêmico do curso de Odontologia, onde exerceu o cargo de presidente por quatro mandatos. À época, apresentou inúmeros trabalhados acadêmicos, que foram premiados em congressos importantes na área. Ainda na graduação, torna-se estagiário no Hospital Getúlio Vargas e no Centro Social Pedro Arrupe, em 2004 e 2005.
Em seguida, investiu na Pós-Graduação: Concluiu Especialização em Periodontia e Aperfeiçoamento em Prótese Fixa e Especialização em Implantodontia, todos pela Associação Brasileira de Odontologia, a ABO. Rodrigo chegou a iniciar Mestrado na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas-SP, na área de Radiologia Dento-Facial e Estomatologia. Rodrigo Martins também foi presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado do Piauí, de 2006 a 2008.
Como dentista, atuou na Equipe de Saúde Bucal da cidade de José de Freitas-PI, entre 2006 e 2007; foi substituto da Equipe de Saúde Bucal de Teresina, em 2006, e é dentista concursado da Equipe de Saúde Bucal da cidade de União – PI, função na qual está licenciado e sem vencimentos, desde 2008. Atualmente, exerce a profissão em consultório próprio, no centro da capital.
Na política, Rodrigo Martins iniciou muito cedo, em movimentos estudantis. Sobrinho do atual governador Wilson Martins e coordenador da campanha do tio em Teresina nas últimas eleições estaduais, foi eleito vereador de Teresina pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), com 5.636 votos para o período de 2008 a 2012. À época, o mais votado do partido, onde exercia o cargo de vice-presidente da executiva municipal.
Em seu primeiro mandato, Rodrigo Martins foi o parlamentar mais jovem da Câmara Municipal de Teresina. Líder do partido na Casa, ele presidiu as comissões de Ética e Decoro Urbanismo e de Transportes, além de ser considerado pelos colegas um articulador dentro da Casa e que mantém um bom relacionamento com os demais parlamentares e o executivo municipal.
Projetos de Lei importantes: Proíbe funcionamento de equipamentos de som automotivo, popularmente conhecidos como “paredões”; Impede estabelecimentos comerciais de cobrarem taxa por emissão de boleto bancário; Obriga a administração pública municipal a cobrir quadras poliesportivas; Institui obrigatoriedade de empresas de criarem cota para jovens de até 22 anos; Estabelece que o Executivo adquira e distribua kit de higiene bucal na farmácia básica; Determina capacitar e orientar servidores de escolas públicas a prestarem primeiros socorros entre outros.
Atuação parlamentar: Lutou pela convocação dos concursados da Prefeitura; Votou contra o reajuste salarial dos professores concedido pelo Executivo, que não atendia os interesses da categoria; Realizou levantamento sobre descaso da PMT com campos e quadras poliesportivas da cidade em 2012; Encabeçou a luta pela aprovação do PCCS de diversas categorias; Solicitou pavimentação asfáltica e poliédrica em vias de todas as zonas da cidade; Fiscalizou as condições de postos de saúde e hospitais públicos municipais entre outros.
Agora Rodrigo Martins quer representar o Piauí na Câmara Federal e espera contar com o povo do Piauí.
Jorge Selarón (Limache, Chile, 1947 — Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2013)1 foi um pintor e ceramista autodidata chileno radicado na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Ele foi o autor de muitas obras que decoram os bairros cariocas da Lapa e de Santa Teresa.
ENTREVISTA COM SELARON
Passou por mais de cinquenta países até decidir que viveria no Brasil. Sua maior e mais conhecida obra está na Rua Manoel Carneiro, no bairro de Santa Teresa: é a "Escadaria do Convento de Santa Teresa" (também conhecida como "Escadaria do Selarón"), que liga a Rua Joaquim Silva, no bairro da Lapa, à Ladeira de Santa Teresa, no bairro de Santa Teresa. Após fixar residência junto à escadaria, em 1990, Selarón, inicialmente, instalou uma série de banheiras ajardinadas nas calçadas, que foram, subsequentemente, pintadas e adornadas com azulejos. A partir de 1994, sobre a pintura verde-amarela com que os moradores decoraram a escadaria para a copa do mundo de futebol de 1994, Selarón passou a azulejar os degraus. Trabalhando solitário e contando apenas com o rendimento obtido com a renda de seus quadros e eventuais doações de moradores, com dificuldade atingiu sua meta de ter os 215 degraus e 125 metros da escadaria concluídos antes do ano 2000.
A GRANDE LOUCURA:
Após esta data, com renda gradativamente aumentada devido à crescente inclusão da escadaria nos roteiros turísticos, pôde dedicar-se à ornamentação das calçadas laterais e realizar inúmeras modificações, em coerência com sua concepção da escadaria como obra de arte mutante 2 . Para isto, contou também com azulejos remetidos por fãs do mundo inteiro, chegando ter a mais de 2 000 azulejos diferentes, provenientes de mais de sessenta países.No ano de 2003 os diretores José Roberto Mesquita e Renata Brito realizaram o primeiro filme sobre o artista. Um média-metragem intitulado "Selarón - A Grande Loucura" que se encontra disponível integralmente no YOUTUBE onde o artista relata momentos de sua vida. O filme teve grande repercussão e proporcionou a ida de Selarón ao talkie-show "Programa do Jô" (também disponível no YOUTUBE). Selarón- A Grande Loucura foi exibido no Cine-Cachaça no Cinema Odeon (RJ), Programa Curta Brasil (TVE) da pesquisadora Ivana Bentes, e agraciado com um prêmio no Cinecufa (2009) no Centro Cultural Banco do Brasil dentre outros festivais pelo mundo. O artista Selarón teve igualmente, condições de realizar grandes acréscimos, como a pirâmide de banheiras, do lado direito da entrada da escadaria, em 2005 e 2006, e a calçada ao início da Ladeira de Santa Teresa, ao pé dos Arcos da Lapa, em 2007. Esta última obra foi interrompida após protestos de que estaria interferindo com o monumento histórico, e acabou sendo demolida pela prefeitura em 2012.
Em 2010, concluiu a imponente bandeira na parte alta da escadaria, na esquina da Rua Pinto Martins. As muretas frontais das residências da escadaria foram executadas em épocas diferentes, de acordo com a solicitação ou permissão de seus proprietários. Segundo o artista, ele só conseguiu se manter financeiramente e prosseguir com sua grande obra pintando e vendendo mais de 25 000 quadros, quase sempre com um tema motivado por um problema pessoal: o tema da mulher negra grávida. A famosa escadaria já correu o mundo: ora como tema principal para reportagens de revistas e programas de televisão do mundo todo, ora servindo de palco para videoclipes, campanhas publicitárias e até para fotos de uma edição da revista Playboy estadunidense.
Morte[editar | editar código-fonte]
O pintor foi encontrado morto na Escadaria do Convento de Santa Teresa na manhã do dia 10 de janeiro de 2013. O corpo queimado do artista estava junto a uma lata de thinner. Em novembro do ano anterior, Selarón havia denunciado à polícia que vinha sendo ameaçado de morte por um ex-colaborador de seu ateliê, Paulo Sérgio Rabello, que queria obrigá-lo a ceder os rendimentos obtidos com a venda de quadros. Por conta disso, nos últimos meses, ele andava muito triste e vivia trancado em casa. Em depoimento gravado para um documentário feito em 2010 pelo cineasta Stephano Loyo, o artista havia declarado que a escadaria só ficaria pronta no dia de sua morte, quando ele se tornaria a própria escadaria e, desse modo, se eternizaria3 .
Candidato do PSDB à presidência afirma que Dilma Rousseff não poderá alegar que não sabia de megaesquema de corrupção na Petrobras
A menos de 30 dias do primeiro turno, as campanhas da petista Dilma Rousseff e da ex-senadora Marina Silva (PSB) tentam estancar a todo custo a sangria provocada pelos depoimentos do ex-dirigente da Petrobras e controlar uma possível fuga de votos das candidatas. Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de votos na corrida presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) avalia que as revelações do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sobre a montagem de um balcão de distribuição de propina a deputados, senadores, governadores e até um ministro de Estado aliados ao Palácio do Planalto podem mudar o resultado das eleições de outubro. “O governo do PT patrocinou um assalto à Petrobras. No momento em que esse governo assaltava o país, eu fazia oposição”, disse Aécio em entrevista exclusiva ao site de VEJA.
Após a tragédia que tirou a vida do presidenciável Eduardo Campos (PSB),
a ex-senadora do Acre, Mariana Silva aparece em segundo lugar numa
pesquisa realizada pelo Datafolha, como a principal adversária do
Partido dos Trabalhadores (PT), na disputa pelo Palácio do Planalto, mas
a candidata ainda não cortou totalmente o cordão umbilical com as
fileiras petistas.
Maria Silva abandonou o PT em 2009, se filiando ao PV para concorrer à
Presidência da República, obtendo nas eleições, 20 milhões de votos.
Apesar de se colocar como uma alternativa aos governos petistas, a
ex-ministra de Lula (PT) ainda tem vínculos com os “companheiros”,
através de seu marido Fábio Vaz, que ocupa cargo em um governo
capitaneado pelo PT.
O marido da ex-ministra e provável candidata pelo PSB, Marina Silva,
Fábio Vaz de Lima, pilota cargo de confiança no governo do petista
Sebastião Viana. Ele é secretário adjunto de Desenvolvimento Florestal,
da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis. Mesmo rompendo
com o PT, a família da presidenciável continua em cargo patrocinado pelo
partido.
Fábio Vaz de Lima recebe mensalmente do governo petista R$ 18.232,93.
Quando Marina Silva anunciou quer seria a vice de Eduardo Campo, na
disputa contra o PT, uma discussão veio à tona. Filiados petistas do
Acre contestaram a permanência de Fábio Vaz na estrutura de confiança do
governo. Ele bateu o pé e disse que não se demitiria da secretaria.
Depois de quase um ano da rusga, Fábio Vaz continua exercendo sua função
no governo do Acre, enquanto isso, Marina Silva faz campanha cerrada
contra o governo petista de Dilma Rousseff. Nos bastidores políticos,
surgem questionamentos sobre o projeto alternativo da ex-ministra, se
realmente seria um terceira via ou continuidade dos governos do PT.
TCU apontou irregularidades em doação de madeira feita pelo Ibama na gestão da ministra Marina Silva
O clima tenso na tentativa de votação do Código Florestal trouxe
à tona um caso ainda mal-explicado envolvendo Fábio Vaz de Lima, o
marido de Marina Silva. Irritado com uma crítica da ex-senadora, o
deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) sacou uma acusação contra Marina - e
que pesa também sobre ele mesmo. Em 2004, quando era ministro da
Articulação Política, ele teria operado, a pedido da então ministra do
Meio Ambiente, para derrubar no Congresso um requerimento de convocação
de Lima para depoimento. O marido de Marina Silva era acusado de
envolvimento na doação de madeira clandestina apreendida na Amazônia a
uma organização não-governamental.
Marido de Marina é processado por desvio de dinheiro público
A candidata à Presidência da República, Marina Silva (PSB) desponta
no cenário político nacional, com a proposta de implantar uma nova forma
de fazer política, mas as ligações de seu marido Fábio Vaz de Lima, com
alguns escândalos de improbidade e suspeita de corrupção, podem
respingar em suas pretensões e provar que ela está ligada diretamente
com a “velha política” que diz combater.
Fabio Vaz de Lima é acusado de irregularidades na extinta Sudam.
Segundo os autos do processo que tramitou no Supremo Tribunal Federal
(STF) e posteriormente foi encaminhado ao Juízo da 6ª Vara Federal da
Seção Judiciária do Maranhão, o marido de Marina Silva, teria
beneficiado ilegalmente a Usimar em São Luis, com recursos do Fundo de
Investimentos da Amazônia.
O caso do desvio de R$ 44,2 milhões envolve 40 pessoas. Os nomes de
Fabio Vaz e Roseana Sarney se destacam no processo. Os recursos
liberados à época, para construção de uma fábrica de autopeças que nunca
saiu do papel. Os recursos liberados na reunião de conselheiros da
Sudam sumiram sem explicação. O valor aprovado durante a reunião que
Fábio Vaz participou seria de R$ 600 milhões.
Em entrevista concedida ao jornalista Altino Machado, do portal
terra, Fábio Vaz se defende e diz que seu nome foi colocado no processo
“de maneira indevida”. Vaz destaca ainda que teria participado da
reunião da Sudam, apenas como ouvinte. Ele afirma que Jorge Viana e
Gilberto Siqueira seriam os membros do conselho deliberativo da Sudam,
mas não puderam participar da reunião.
O marido de Marina Silva destaca que não votou para liberação de
recursos para o governo de Roseana Sarney, pois não era titular e nem
suplente do conselho deliberativo. Fábio Vaz afirma que assinou apenas a
lista de presença no evento, mas acabou envolvido no processo por
desvio de dinheiro público e improbidade administrativa. Vaz acredita
que sua inocência ainda será provada.
O assunto ressurgiu após a participação de Marina Silva em debates
com os demais candidatos. A ex-ministra que participou ativamente do
governo do ex-presidente Lula, acusou os ex-companheiros de envolvimento
em escândalos de corrupção. Dilma não deixou por menos e disse que o
ministério conduzido por Marina também foi denunciado por corrupção e
venda ilegal de madeira.
O número do processo que cita o nome do marido de Marina Silva, como
um dos envolvidos no suposto esquema de desvio de dinheiro público e
improbidade administrativa é 200137000080856. São 11 volumes com 3.097
folhas, 19 apensos. O requerente é o Ministério Público Federal. São 40
envolvidos, entre eles, Roseana Sarney, Fábio Vaz e Jorge Francisco
Murad Junior.
Apesar de o processo tramitar há mais de 10 anos, até o momento,
nenhum dos envolvidos foi indiciado pela Justiça. Mas este não é o único
caso suspeito de corrupção que envolve o marido da ex-ministra Marina
Silva. Fábio Vaz também é apontado em um caso de doação de seis mil
toras de mogno apreendidos para a ONG Federação de Órgãos para a
Assistência Social e Educacional (FASE).
À época, Marina Silva era ministra do Meio Ambiente. Fábio Vaz de
Lima era secretario do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), um
conglomerado de 200 ONGs que atua na Amazônia. Houveram denúncias de que
a política de doação do Ibama, seria uma forma de esquentar madeira
ilegal extraída da Amazônia. O Tribunal de Contas da União (TCU)
condenou a doação.
O TCU alegou que a doação que teria contado com a participação de
Fábio Vaz, teria sido promovida sem observar os princípios da isonomia,
impessoalidade e publicidade. Nos autos, não teria ficado claros os
motivos que levaram à escolha da ONG que Vaz era secretário, como
donatária no processo que teria resultado na doação de seis mil toras de
mogno.
Outra reportagem que chamou atenção, à época, foi publicada na
revista Isto É – que denunciou superfaturamento num plano de manejo na
Amazônia, em reservas extrativistas feito pelo Conselho Nacional de
Seringueiros, ONG – que de acordo com a publicação de circulação
nacional – teria ligações estreitas com Fábio Vaz de Lima, que também
ocupou diversos cargos em governos do PT.
Fábio Vaz, marido de Marina Silva, responde a processo por improbidade
Ele diz que seu nome foi incluído de maneira
“indevida” na ata de uma reunião que resultou em prejuízo de R$ 44
milhões para a Sudam
Fábio Vaz de Lima, marido da ex-senadora, ex-ministra e candidata à Presidência da República Marina Silva,
é réu numa ação civil por improbidade administrativa. A ação tramita na
6ª Vara da Justiça Federal, em São Luís, capital do Maranhão. Conhecido
e noticiado como “Caso Usimar”, o processo, número 2001.37.00.008085-6,
está, neste momento, com o juiz federal Jorge Ferraz de Oliveira
Junior. O último registro eletrônico no site da 6ª Vara Federal diz que
os autos estão conclusos para decisão desde o último dia 5 de maio.
Vaz e outros 18 réus foram denunciados pelo Ministério Público Federal
(MPF) por ter aprovado, em 14 de dezembro de 2000, um projeto da Usimar
Componentes Automotivos no Conselho Deliberativo da Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Segundo a denúncia, o projeto, que
nunca saiu do papel, resultou num prejuízo de R$ 44,15 milhões. A ação
tramita na Justiça desde dezembro de 2001. Já subiu para o Supremo
Tribunal Federal – mas, em 2008, a ministra Cármen Lúcia mandou que
retornasse à 6ª Vara, onde está até hoje, 13 anos depois de começar, à
espera de julgamento.
Vaz foi procurado por ÉPOCA, direta e indiretamente. Não quis falar até
o fechamento desta reportagem. No dia 20 de agosto, quando Marina se
declarou candidata a presidente no lugar de Eduardo Campos, Vaz deu uma
entrevista ao blog do jornalista Altino Machado, de Rio Branco, capital
do Acre. Machado perguntou sobre o Caso Usimar. Vaz respondeu:
“Infelizmente, colocaram meu nome de maneira indevida, pois naquela
reunião do Conselho Deliberativo da Sudam eu participava apenas como
ouvinte. Não votei, pois não era titular e nem suplente do Conselho
Deliberativo. Estou pagando caro por um erro que não cometi”.
Na ata da reunião da Sudam – onde 19 conselheiros tinham direito a voto
–, o nome dele aparece como um dos 18 nomes que deram aprovação ao
projeto da Usimar. Apenas um voto foi contundentemente contra – do então
superintendente da Receita Federal para a Região Norte, João Tostes
Netto, hoje secretário estadual da Fazenda no Pará. Num voto
estritamente técnico, Tostes elencou diversas irregularidades que, no
seu entendimento, não deveriam permitir a aprovação. Vaz estava na
reunião da Sudam, em São Luís, representando oficialmente o então
governador do Acre, Jorge Viana (PT), do qual era subsecretário. Viana e
seu suplente, o secretário de Planejamento Gilberto Siqueira, não
puderam comparecer. “Fui deslocado para São Luís de maneira inesperada”,
disse. “Viajei uma noite toda, cheguei no final da manhã, mas atrasado
para a reunião da Sudam. Por ter assinado a lista de presença, acredito
que meu nome foi colocado na ata, depois não (me) ocorreu atenção de
retificar.” Vaz responde a processo porque seu nome aparece na ata – e a
Justiça decidirá sobre sua participação no episódio.
Vaz com Marina (acima) e com os dois filhos do casal, no início do relacionamento (abaixo). Ele é pai de dois dos quatro filhos de Marina (Foto: Reprodução)
Vaz tem 49 anos e é pai de dois dos quatro filhos de Marina. Nascido em
Santos, litoral paulista, foi para o Acre com 17 anos, em 1983.
Enraizou-se, trabalhou na área agrícola e na militância social. Conheceu
Marina na Universidade Federal do Acre. Juntaram os trapos em 1986,
quando ela já se separara do primeiro marido. Foram ambos do PT até
2009, quando Marina se desfiliou e entrou para o PV. Embora tenha se
desfiliado, Vaz nunca entrou para o PV ou outro partido. Também não se
afastou dos governos petistas no Acre – onde trabalhou em cargos
executivos de confiança durante quase 14 anos. Só se afastou do governo
de Tião Viana dois dias antes de Marina declararse candidata a
presidente. Como secretário adjunto de Desenvolvimento Florestal, da
Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, seu salário era de
R$ 18 mil.
O casal tem uma outra chateação, além da que se amontoa na 6ª Vara
Federal. Tem a ver com o hoje ministro de Esportes da presidente e
candidata Dilma Rousseff, Aldo Rebelo. Na madrugada de 11 de maio de
2011, Aldo era só deputado federal, pelo PCdoB. Estava cercado de
deputados, no plenário da Câmara Federal, todos tensos com a acirrada
discussão sobre o Código Florestal, então acompanhada com lupa e Twitter
por Marina. Disseram a Aldo, relator do projeto, que a ex-ministra
postara um comentário acusando-o de fraudar uma parte do texto em
discussão (não era verdade).
Aldo explodiu (como o leitor curioso pode ver no YouTube). Dedo em
riste, disse: “Quem fraudou contrabando de madeira foi o marido de
Marina Silva, defendido por mim, nesta Casa, quando eu era líder do
governo. Quando líder do governo, evitei o depoimento do marido de dona
Marina”. Ele se refere a uma denúncia feita em 2004, durante o primeiro
governo Lula. Marina era ministra do Meio Ambiente. E Vaz – técnico
agrícola, ongueiro e então secretário do já segundo governo Viana –
passava pela chateação de ter sido acusado por irregularidades e
corrupção no Ibama, órgão sob a coordenação de Marina. Publicadas na
imprensa, as denúncias chamaram a atenção do deputado oposicionista Luiz
Carlos Hauly, do PSDB do Paraná.
No requerimento 25/04, Hauly formalizou um convite para que o
presidente do Ibama, Marcus Barroso Barros, dois outros comissionados do
órgão e mais Vaz fossem prestar esclarecimentos na Comissão de
Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados.
Especificou o tema: “Superfaturamento em contratações do Ibama, com
recursos do BNDES”. ÉPOCA refez a tramitação do requerimento de Hauly e
ouviu o áudio da reunião em que ele foi votado – está tudo on-line, no
site da Câmara dos Deputados. Foi a sexta reunião ordinária da CFFC, em
12 de maio de 2004, presidida pelo deputado Antony Garotinho. Foi nela
que atuou Aldo, então líder do governo petista.
Aldo Rebelo na sessão da Câmara em que criticou o marido de Marina
Silva, em 2011. Ele não retirou o que disse (Foto: João batista/Câmara
dos Deputados/ba)
A ata cita Hauly apresentando a convocação dos quatro e registra que o
deputado João Magno (PT-MG) fez uso da palavra. No áudio, Magno pede a
Hauly que só o presidente do Ibama fosse chamado. Depois das
negociações, Hauly acatou. Os quatro viraram um só: “Em votação, o
requerimento foi aprovado por unanimidade com alteração: convidar
somente o senhor Marcus Barroso Barros”. Vaz estava livre. Barroso
Barros depôs em 16 de junho de 2004 – e o citou duas vezes. “Conheci o
Fábio Vaz de Lima por ser esposo da ministra Marina Silva”, disse aos
deputados da CFFC. “Não desconheço (sua) importância para a organização
dos trabalhadores na criação de reservas extrativistas.”
Depois da explosão de Aldo, naquele maio de 2011, Marina convocou uma
entrevista coletiva para rebater as acusações contra seu marido. Disse
que eram “falsas e levianas”, “cortina de fumaça para sair do debate do
Código Florestal”. E representou ao procurador-geral da República,
Roberto Gurgel – processo 005422/2011-58. Pediu que fossem investigadas
“as acusações proferidas pelo deputado Aldo Rebelo e todas as demais
acusações delas derivadas veiculadas na imprensa desde então”, relativas
a “supostas irregularidades ocorridas durante sua gestão no Ministério
do Meio Ambiente, entre janeiro de 2003 e maio de 2008, que teriam
beneficiado seu marido, Fábio de Lima”. Nem ela nem o marido processaram
Aldo – nem ele retirou ou pediu desculpas pelo que disse.
Gurgel deu seu parecer dois anos depois – em 23 de julho de 2013,
momento em que Marina lutava pela aprovação legal da Rede
Sustentabilidade. É um parecer conclusivo: “Quanto às acusações feitas
contra Fábio Vaz de Lima, não há um único elemento que confira foros de
verossimilhança aos fatos mencionados pela imprensa. Determino o
arquivamento dos autos”.
Marina traz o documento de três páginas e meia sempre à mão. Vaz ainda
não esqueceu a madrugada em que Aldo o atacou. “A democracia não se faz
com mentiras e atos torpes como ele fez”, disse. Na semana passada,
ÉPOCA perguntou a Aldo, por meio de sua assessoria, se ele retirava o
que disse. Não retirou.
Resta, ativo, o processo da 6ª Vara Federal. E, claro, a prosaica
questão sobre como será chamado se Marina for a próxima presidente da
República. Primeiro-cavalheiro, como recomendam alguns puristas? Ou
primeiro-damo, como alguns já o chamam em tom de brincadeira?
2 dias atrás - A candidata à Presidência da República, Marina Silva (PSB) desponta no cenário político nacional, com a proposta de implantar uma nova ...
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20/08/2014 - O técnico agrícola Fábio Vaz de Lima é o discreto marido de Marina Silva, a ex-senadora do Acre que o PSB vai anunciar oficialmente nesta ...
3 dias atrás - O marido de Marina chama-se Fábio Vaz de Lima. Ele teria se beneficiado em uma transação de seis mil toras de mogno apreendidas pelo ...
19/08/2014 - 247 – Fábio Vaz de Lima, marido da ex-senadora Marina Silva, pediu exoneração do cargo de secretário-adjunto da Secretaria de Estado de ...
Paulo Roberto Costa, deu o nome de 12 senadores,49 deputados federais,e 1 governador como parte de sua delação premiada.
Políticos já delatados:
Entre
2004 e 2012, Paulo Roberto Costa foi diretor de Abastecimento e Refino
da Petrobras. Ocupou, portanto, esse cargo, em sete dos oito anos do
governo Lula e em quase dois do governo Dilma. Ao longo desse tempo,
comandou o que pode ser chamado de “Petrolão” — ou o mensalão da
Petrobras. As empreiteiras que faziam negócio com a estatal pagavam
propina ao esquema e o dinheiro era repassado a políticos. A quais?
Paulo Roberto já entregou à Polícia Federal e ao Ministério Público, num
acordo de delação premiada, os nomes de três governadores, de um
ministro de estado, de um ex-ministro, de seis senadores, de 25
deputados e de um secretário de finanças de um partido. Segundo o
engenheiro, Lula sempre soube de tudo. E, até onde se pode perceber por
seu depoimento, talvez a presidente Dilma — que era a chefona da área de
energia do governo Lula e presidente do Conselho da Petrobras — não
vivesse na ignorância. Paulo Roberto diz que a compra da refinaria de
Pasadena foi, sim, fraudulenta e serviu para alimentar o esquema.
Paulo
Roberto começou a prestar seu depoimento no dia 29 de agosto. Já gravou
42 horas de conversa. E, tudo indica, está apenas no começo. O
Ministério Público Federal e o STF acompanham a operação, já que a
denúncia envolve uma penca de autoridades com direito a foro especial. O
esquema que ele denuncia é gigantesco. Ainda voltaremos muitas vezes a
esse tema. Mas notem como é ridícula toda aquela conversa sobre
financiamento público de campanha. Ainda que isso existisse, o mecanismo
não serviria para impedir que máquinas criminosas se instalassem em
estatais. Se o Brasil quer acabar com boa parte da roubalheira, deve
começar privatizando as empresas públicas. Quais? Todas!
VEJA teve
acesso a parte do depoimento de Paulo Roberto e traz reportagens
exclusivas na edição desta semana, com a lista dos nomes citados por
Paulo Roberto. Entre eles, estão cabeças coroadas da política
brasileira, como o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que
morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto, a governadora do
Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio
(PMDB). Paulo Roberto acusa ainda Edison Lobão, atual ministro das Minas
e Energia, e atinge o coração do Congresso: estão em sua lista os
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL).
PT, PMDB e
PP seriam os três beneficiários do esquema, que teria também como
contemplados os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR),
e os deputados João Pizzolatti (PP-SC) e Candido Vaccarezza (PT-SP),
que já havia aparecido como um dos políticos envolvidos com o doleiro
Alberto Youssef, que era quem viabilizava as operações de distribuição
de dinheiro. Mas há muitos outros, como vocês poderão constatar nas
reportagens de VEJA, como Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades, do
PP da Bahia.
A delação premiada env
O esquema começou no governo dele, que, segundo Paulo Roberto, sabia de tudo…
…e continuou no governo dela. Será que não sabia? O engenheiro está magoado com a presidente…
Lula e
Dilma não quiseram se pronunciar a respeito. Os demais negam
envolvimento com Paulo Roberto. Alves, o presidente da Câmara, chega a
dizer ao repudiar a acusação: “A Petrobras é petista”. Que o PT
estivesse no centro do esquema, isso parece inegável. Um dos nomes da
lista feita pelo engenheiro é João Vaccari Neto, o homem que cuida do
dinheiro do PT. É secretário de Finanças do partido. Ele é, vejam a
ironia da coisa, o substituto de Delúbio Soares. Não é a primeira vez
que seu nome frequenta o rol de envolvidos em escândalos.
Paulo
Roberto tem noção da gravidade de suas acusações. Tanto é que, quando
ainda hesitava em fazer a delação premiada, cravou a frase: “Se eu
falar, não vai ter eleição”.
E por que
falou? A interlocutores, ele diz que não quer acabar como Marcos
Valério, que ficará por muitos anos na cadeia, enquanto os chefões
políticos do mensalão já se preparam para viver dias felizes fora do
xadrez. O homem também está muito magoado com a presidente Dilma. Até
agora, ele não fez nenhuma acusação direta à candidata do PT à reeleição
— Lula não escapou —, mas deixa claro que ela foi, sim, politicamente
beneficiada pelo propinoduto, que mantinha feliz a base aliada.
Qual vai
ser o desdobramento político disso? Vamos ver. Uma coisa é certa: as
revelações de Paulo Roberto atingem em cheio as duas candidatas que
lideram a disputa pela Presidência da República: Dilma, por razões
óbvias, e Marina, por razões menos óbvias, mas ainda assim evidentes.
Ela é a atual candidata do PSB à Presidência. Confirmadas as acusações
de Paulo Roberto, é de se supor que o esquema ajudou a financiar as
ambições políticas de Campos, de que ela se tornou a herdeira.
A situação
de Dilma, obviamente, é mais grave: afinal, ela era a czarina do setor
energético, ao qual pertence a Petrobras. Presidia também o seu
conselho. Deu um empregão para Nestor Cerveró, o homem que ajudou a
viabilizar a compra de Pasadena, que Paulo Roberto agora diz ter sido
fraudulenta. O chefão das finanças de seu partido é um dos implicados no
esquema.
Paulo
Roberto ainda está preso. Ele se comprometeu a abrir mão dos bens que
acumulou em razão do esquema fraudulento e a pagar uma multa. As pessoas
que atuam na investigação têm agora de confrontar suas informações com
outras provas colhidas, com o objetivo de verificar se suas informações
são procedentes. Se forem e se ele realmente ajudar a desbaratar um
esquema de falcatruas bilionárias, pode até ganhar a liberdade.
A República treme.
"O governo do PT patrocinou um assalto à Petrobras", diz Aécio
Candidato do PSDB à presidência afirma que Dilma Rousseff não poderá alegar que não sabia de megaesquema de corrupção na Petrobras
A menos de 30 dias do primeiro turno, as campanhas da petista
Dilma Rousseff e da ex-senadora Marina Silva (PSB) tentam estancar a todo custo
a sangria provocada pelos depoimentos do ex-dirigente da Petrobras e controlar
uma possível fuga de votos das candidatas. Terceiro colocado nas pesquisas de
intenção de votos na corrida presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
avalia que as revelações do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras,
Paulo Roberto Costa, sobre a montagem de um balcão de distribuição de propina a
deputados, senadores, governadores e até um ministro de Estado aliados ao
Palácio do Planalto podem mudar o resultado das eleições de outubro. “O governo
do PT patrocinou um assalto à Petrobras. No momento em que esse governo assaltava
o país, eu fazia oposição”, disse Aécio em entrevista exclusiva ao site de
VEJA.
Os nomes de autoridades citados por Paulo Roberto Costa como participantes do esquema de propina são essencialmente da base de sustentação do governo da presidente Dilma Rousseff. O senhor acha que houve conivência por parte dela? Não dá mais para vir com essa história de que não sabia de nada. Nós estamos falando de algo talvez ainda mais grave do que o mensalão 1, que é o mensalão 2, que coexiste há mais de nove anos no poder. Continua a haver um processo, desde o início, que não foi interrompido: utilização de dinheiro público, empresas públicas, superfaturamento de obras para beneficiar um grupo político que quer se manter a qualquer custo no poder. O PT perdeu, a meu ver, a autoridade sequer para apresentar um projeto de continuidade desse modelo que está aí. É vergonhoso o que aconteceu. As investigações tem que ir a fundo. Espero que o Brasil conheça o que aconteceu e as punições possam vir. A presidente da República tem, sim, que dizer o que aconteceu na empresa que ela comandou com mão de ferro. Ela foi do conselho da Petrobras durante doze anos.
Com as denúncias de Paulo Roberto Costa, cai a tese da presidente Dilma Rousseff de acusar setores oposicionistas de tentar desmoralizar a Petrobras? As denúncias do senhor Paulo Roberto mostram que a Petrobras vem sendo assaltada ao longo dos últimos anos por um grupo político, comando pelo PT, com o objetivo de perpetuar-se no poder. Quando nós apresentamos a proposta da criação da CPMI da Petrobras os líderes do governo diziam que isso era uma jogada eleitoral da oposição apenas para prejudicar o governo nas eleições. A presidente da República chegou a dizer que nós estávamos, com os ataques que fazíamos a Petrobras, depondo contra a imagem da nossa principal empresa. Quem desmoralizou a nossa principal empresa foi esse governo comando pela atual presidente da República. Não é possível, sentada na mesa com esses mesmos réus, em especial com esse diretor que está preso hoje, dizer que não tinha ideia do que está acontecendo. Ainda que pela incapacidade de ver o que acontece no seu entorno, ela não pode querer disputar novamente a Presidência da República.
Segundo a delação premiada feita por Paulo Roberto Costa, o ex-governador de Pernambuco e ex-candidato do PSB, Eduardo Campos, estaria envolvido no esquema. Eu tenho muito cuidado com relação a isso. São acusações que eu não conheço. Li pela manhã e me dei conta do tamanho dessas denúncias. Todos nós vamos ter que estar prontos para dar explicações sobre quaisquer questões. Eu acho que não dá é para pessoas envolvidas dizerem que não sabiam de nada. Vamos dar tempo ao tempo e esperar que, realmente, essas acusações que hoje citam nominalmente algumas pessoas possam ser comprovadas, com indícios mais claros. Eu vejo tudo isso com alguma cautela. Mas eu reafirmo, e não há dúvidas em relação a isso, é que o governo do PT foi conivente com o maior assalto que já se fez aos cofres da maior empresa brasileira, a Petrobras. O governo do PT patrocinou um assalto à maior empresa brasileira. Isso jamais ocorreu na história do Brasil.
A citação de Eduardo Campos entre os que teriam recebido propina desconstrói o discurso da candidata Marina Silva sobre a “nova política”? É possível atender a interesses de aliados sem cair em esquemas de corrupção? Nós estávamos desde lá de trás denunciando esse governo. Eu vejo hoje críticas ao PSDB por uma pseudopolarização com o PT. Nós estávamos desde sempre, lá atrás, desde 2003, combatendo esse governo, denunciando o aparelhamento da máquina pública, as nomeações políticas na Petrobras. Será que quem estava certo era quem estava dentro desse governo durante todo esse período? De alguma forma, até se beneficiando, mesmo que não diretamente. Se beneficiando dessa estrutura que se manteve para sustentar o governo. A minha diferença maior para as duas candidatas é que em nenhum momento eu participei desse governo. No momento em que esse governo assaltava o país, eu fazia oposição. De nenhuma forma eu participava disso. Nem diretamente nem indiretamente. Os cargos que eu ocupei não foram, de alguma forma, sustentados por esse governo corrupto.
O esquema do mensalão movimentou 173 milhões de reais. A Polícia Federal estima que, no caso da operação Lava-Jato, sejam pelo menos 10 bilhões de reais. É mais grave que o escândalo que colocou a cúpula do PT na cadeia? O mensalão 2, esse atual, a meu ver, é mais grave do que o mensalão 1 até pelo tempo que durou esse assalto. Um processo que não pode ser agora atribuído a uma pessoa, a alguém que se utilizou de determinado momento de um cargo que ocupou em benefício próprio. É uma engrenagem institucionalizada para roubar no seio da nossa maior empresa para beneficiar o grupo que está no poder. O atual governo e a própria presidente da República são, no mínimo, beneficiários daquilo que a Polícia Federal chamou de organização criminosa instalada na Petrobras. Dilma foi beneficiária desse esquema. E esse esquema é que vem sustentando o seu governo, dando a ela maioria no Congresso e pagando diretamente sua base de apoio. Estamos diante do mais grave escândalo de corrupção da nossa história contemporânea. Acho que o mensalão 2 tem níveis de sofisticação que fazem dele algo mais grave do que o primeiro. O mensalão 2, pelo que nós estamos vendo, se manteve e se arrastou pelos onze anos desse governo.
As pesquisas de intenção de voto o colocam em terceiro lugar na corrida pelo Palácio do Planalto. As denúncias podem mudar o quadro eleitoral? Eu continuo acreditando muito na possibilidade de vitória. Nós somos a oposição a tudo isso. Eu não sou oposição ao PT agora. Eu sou oposição a esse modelo desde que essa bandalheira, essa forma de agir, começou. Nem todos podem dizer isso, né? A atual candidata à Presidência da República perderá as eleições. Não há condições morais dela apresentar algo novo ao Brasil. Comete a imprudência de destituir, mesmo mantendo no cargo, o ministro da Fazenda. E se ele tivesse hoje uma forma de preservar sua própria história, pediria ele mesmo para sair. Ministro da Fazenda ou você nomeia ou demite. Não pré-anuncia que vai demiti-lo lá adiante. Quem é que vai conversar hoje com o ministro da Fazenda sobre determinada questão relevante para a economia sabendo que daqui a três meses ele não vai estar lá para tocar aquilo que foi eventualmente acertado? O dano só não é maior porque ele já tinha perdido toda a credibilidade. Agora que autoridade a presidente vai ter? Tendo comandado a maior empresa brasileira, a Petrobras, como comandou e fazia questão de mostrar que era ela quem mandava com mão de ferro, vendo nas suas barbas esse processo de corrupção beneficiar seu próprio projeto.
Mas a presidente Dilma ainda se mantém líder nas pesquisas. Eu acho que o PT perdeu a eleição. O PT perdeu a eleição. Agora tem uma nova candidata que eu respeito pessoalmente, mas precisa explicar seus vínculos com esse grupo político. Marina tem uma militância no PT maior do que da própria Dilma. Não acredito que ela possa ter um vínculo direto com isso. Mas eu não vi a indignação dela no momento em que o mensalão foi denunciado. Lá atrás, no momento em que o mensalão foi denunciado, não me lembro dela considerando isso uma prática da velha política, se indignando e pedindo para sair do partido. Ao contrário. É um direito dela.
O senhor acha que Marina Silva deve defender publicamente Eduardo Campos das acusações feitas por Paulo Roberto Costa ou é um problema do PSB? Todos tem que dizer claramente o que pensam. Terceirizar responsabilidades não é um bom exemplo para quem se autointitula representante da nova política. Nada mais velho na política do que a corrupção. Esse modelo do PT de utilizar a estrutura do Estado em benefício do seu projeto de poder é tudo, menos novo. Isso existe desde que o PT assumiu o governo. Já existia nas administrações municipais do PT. Nós sabemos disso em várias denúncias, como no caso de Santo André, talvez o mais marcante deles. O PT sempre buscou nas oportunidades que teve para utilizar empresas e espaços públicos para financiar a sua permanência no poder. Isso não mudou. O que mudou foi a escala, agora infinitamente maior. Eu sempre soube e ataquei isso. A outra candidata conviveu de alguma forma com esse modus operandi do PT. Temos duas alternativas. A minha é clara, de combate a tudo isso e restabelecer a meritocracia. Resgate a nossas empresas públicas, e vamos afundo nas investigações. Queremos as investigações como propusemos na CPMI. E que os responsáveis sejam punidos. Outra candidatura vai ter que mostrar como convive com esse tipo de corrupção. Eu vejo muito esse discurso da nova política. Para mim sempre houve a boa e a má política. E a boa política é que a nós praticamos. A má política é a que o PT pratica. E, na verdade, não é de hoje. Desde quando a candidata Marina era um membro influente no partido.
Fonte: Reinaldo Azevedo/Veja/Folha de São Paulo/UOL