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quinta-feira, 7 de março de 2013

Bruno diz que Eliza foi esquartejada e morta

Goleiro Bruno diz que não é o mandante da morte da ex-amante e que contaria "da sua forma, como tudo aconteceu". É a primeira vez que ele reconhece que sabia do crime.

O goleiro Bruno Fernandes negou nesta quarta-feira (06), durante seu interrogatório no Fórum Criminal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que seja o mandante da morte de Eliza Samudio e jogou a culpa sobre o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e sobre o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. "Como mandante, não. Mas de certa forma, me sinto culpado", disse o goleiro no inÍcio do julgamento.
Profissionais envolvidos no julgamento já diziam ao iG que Bruno poderia entregar o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também conhecido como Neném, em troca da redução de pena. No principal momento do julgamento até o momento, Bruno relatou como o primo Jorge Luis Rosa contou como Macarrão e Bola mataram a ex-amante do jogador.
Bruno disse que esteve com Eliza até a noite de sexta-feira, dia 10 de junho, quando entregou R$ 30 mil para ela voltar para São Paulo. Então Macarrão e Jorge ficaram de levá-la para um ponto de táxi. "Mas não foi o que aconteceu", disse Bruno.
Segundo o jogador, isso aconteceu perto das 18h, mas só por volta das 22h e 23h os dois voltaram, apenas com Bruninho."Resolvi o problema que tanto te atormentava", teria dito Macarrão.
Macarrão não queria falar nada e teria entregado Bruninho para Dayanne. O goleiro afirmou que sentiu medo e foi falar com Jorge sobre o que tinha acontecido. "Pergunta para o Macarrão porque foi o Macarrão que ajudou a matar a Eliza", respondeu o primo.
De acordo com o relato dado pelo primo para Bruno, Macarrão, Jorge, Eliza e Bruninho foram até perto do Mineirão, no bairro da Pampulha, quando Macarrão desceu do carro, fez um telefonema e começou a seguir uma moto. O carro seguiu até uma casa em Vespasiano, onde Macarrão entregou Eliza para um homem chamado Neném (o Bola).
Então, segundo relato de Bruno, Neném teria perguntado se ela era usuária de drogas, cheirou as suas mãos, e pediu para o Macarrão amarrar seus braços para frente. Então Neném teria dado uma gravata em Eliza para matá-la. Jorge ainda disse que Macarrão teria chutado as pernas de Eliza. "E disse ainda que tinha esquartejado o corpo dela e jogado para os cachorros comerem".
Segundo o relato, Neném ainda desceu num porão pegou um saco preto e perguntou se eles queriam ver o resto, algo que ele não fizeram. Após ser informado, Bruno disse que ficou desesperado e que discutiu com Macarrão, que tinha acabado com a sua vida.
Antes de Bruno começar a falar, o advogado de defesa Lúcio Adolfo comunicou que o goleiro não responderia as perguntas formuladas pela acusação. Ele responderia apenas o que fosse perguntado pelos advogados de defesa, pelos jurados e pela juíza Marixa Rodrigues. "Estou falando isso, excelência, para que ele não precise ficar falando: Não vou responder, não vou responder...", disse Lúcio.
Dayanne afirma que primo de Bruno que levou Eliza Samudio voltou 'assustado'
Após a juíza ler a denúncia contra o goleiro, Bruno pediu licença para contar sua versão. Segundo ele, Eliza ficou grávida após uma única relação sexual entre os dois. E com a gravidez os dois começaram a discutir muito até que Bruno parou de falar com ela. As declarações de Eliza ao jornal "Extra" começaram a incomodar "pessoas que dependiam de mim. Família, amigos, empresario". E citou pela primeira vez Luiz Henrique Romão, o Macarrão. 
Perguntado sobre a relação dele com Macarrão, Bruno diz que "eles eram como irmãos". "Era uma amizade muito forte. Ele fazia tudo para mim e eu só jogava futebol". De acordo com o goleiro, as conversas com Eliza passaram a ser feitas através do então amigo Macarrão. "Eu não falava mais com ela. Tudo era com o Luiz Henrique".

Delegada que investigou morte de Eliza assegura que Bruno é mandante

Alessandra Wilke acompanha o quarto dia de julgamento.
Ela critica personalidade do atleta e diz que não reconhece réu ‘cabisbaixo’.

A delegada Alessandra Wilke acompanha o quarto dia do júri do caso Eliza Samúdio, que vai definir o futuro do goleiro Bruno Fernandes, acusado de envolvimento na morte da ex-amante. “Ele é o mandante, ele dominava toda a situação, ninguém faria nada deste tamanho sem o aval dele”, afirmou na manhã desta quinta-feira (7). Alessandra participou da investigação do crime na época do desaparecimento da jovem.
(Acompanhe no G1 a cobertura completa do julgamento do caso Eliza Samudio, com equipe de jornalistas trazendo as últimas informações, em tempo real, de dentro e de fora do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Conheça os réus, entenda o júri popular, relembre os momentos marcantes e acesse reportagens, fotos e infográfico sobre o crime envolvendo o goleiro Bruno.)
“O depoimento do Bruno foi um teatro, ele tentou melhorar a situação dele, mas não conseguiu. As provas do inquérito mostram que ele é o responsável pelo mando de toda essa trama criminosa”, afirmou. Para ela, no interrogatório, ele perdeu a chance de dizer a verdade. “É o último momento. O laço da corda está no pescoço dele. É o momento de ele tentar dizer que está arrependido por não ter ajudado a polícia”, afirmou.
A delegada criticou a personalidade do jogador e disse que não reconhece a postura “cabisbaixa”. “Não, não acredito neste Bruno, até pela personalidade dele. Foi uma recomendação dos advogados”. Ela destacou detalhes do interrogatório do réu, em que Bruno relatou ter ido a três festas nos dias que se seguiram à morte de Eliza. “Dizer que tomou conhecimento da morte e depois bebeu, viajou a noite toda para o Rio de Janeiro, depois foi a três festas. Isso mostra a personalidade dele”, acrescentou.
 Júri entra na reta final
O júri popular do goleiro Bruno Fernandes e da ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues, entrou na reta final, nesta quinta-feira (7), no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Antes do debate entre Promotoria e defesa, a ré Dayanne voltou a responder a algumas perguntas.


 

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