Rádio Mega Star

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Especialistas analisam vandalismo e violência nas manifestações

Debate reuniu especialistas que deram suas opiniões sobre os atos.


Os atos de violência e vandalismo envolvendo jovens durante as manifestações em Teresina são fruto da violência que esses adolescentes sofrem. É a opinião do coordenador do projeto MP3, Júnior, que trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
 
"Nossa maior escola é a rua. Quem está embrutecido não dá para fazer outra coisa. Ali não é desfile de escola de samba. Não concordo com a violência, mas o jovem está abandonado na periferia e infelizmente essa é a forma que ele encontra de se manifestar", declarou.
 
O hebiatra Antonio Noronha também comenta que a repressão ao jovem começa dentro de casa, quando, na verdade, a ele deveria ser facultado o direito de dar opinião desde a infância. "A gente sempre pensa em conduzir adolescentes. A gente conduz é carro. Temos que sair dessa visão pontual para uma visão de processo. A violência começa em casa e vem uma sociedade que não respeita o cidadão. O maior vândalo é o que toca fogo no pneu ou o que desvia merenda escolar? Existe uma raiva. Hoje a criança tem referenciais de informação muito grandes. Você diz sempre à criança o que ela tem que fazer mas ninguém ouve porque ninguém acha que criança tenha a capacidade de se manifestar. É próprio da pessoa. Ela tem que se manifestar. O que não se manifesta às vezes se manifesta de forma violenta. Tem aquele jovem que é bom, comportado e que um dia mata o pai e a mãe", explicou o médico.
 
Já o coordenador do GAV, Miranda Neto, que também trabalha com crianças pobres de Teresina, acredita que o vandalismo seja oriundo de pessoas infiltradas no movimento. "Está havendo excesso. O jovem tem que se manifestar sim, tem que gritar. É um momento histórico e não aprendemos ainda sobre esse grande momento. Com essa raiva e essa adrenalina eles estão se envolvendo com outros grupos. As pessoas estão se infiltrando no movimento. Ontem jogaram uma bomba dentro do Hospital Getúlio Vargas e todos ficaram perplexos porque aquilo é um hospital", afirmou.
 
 
 
 
cidadeverde


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