Debate reuniu especialistas que deram suas opiniões sobre os atos.
Os atos de violência e vandalismo
envolvendo jovens durante as manifestações em Teresina são fruto da
violência que esses adolescentes sofrem. É a opinião do coordenador do
projeto MP3, Júnior, que trabalha com crianças e adolescentes em
situação de vulnerabilidade.
"Nossa maior escola é a rua. Quem está
embrutecido não dá para fazer outra coisa. Ali não é desfile de escola
de samba. Não concordo com a violência, mas o jovem está abandonado na
periferia e infelizmente essa é a forma que ele encontra de se
manifestar", declarou.
O hebiatra Antonio Noronha também
comenta que a repressão ao jovem começa dentro de casa, quando, na
verdade, a ele deveria ser facultado o direito de dar opinião desde a
infância. "A gente sempre pensa em conduzir adolescentes. A gente conduz
é carro. Temos que sair dessa visão pontual para uma visão de processo.
A violência começa em casa e vem uma sociedade que não respeita o
cidadão. O maior vândalo é o que toca fogo no pneu ou o que desvia
merenda escolar? Existe uma raiva. Hoje a criança tem referenciais de
informação muito grandes. Você diz sempre à criança o que ela tem que
fazer mas ninguém ouve porque ninguém acha que criança tenha a
capacidade de se manifestar. É próprio da pessoa. Ela tem que se
manifestar. O que não se manifesta às vezes se manifesta de forma
violenta. Tem aquele jovem que é bom, comportado e que um dia mata o pai
e a mãe", explicou o médico.
Já o coordenador do GAV, Miranda Neto,
que também trabalha com crianças pobres de Teresina, acredita que o
vandalismo seja oriundo de pessoas infiltradas no movimento. "Está
havendo excesso. O jovem tem que se manifestar sim, tem que gritar. É um
momento histórico e não aprendemos ainda sobre esse grande momento. Com
essa raiva e essa adrenalina eles estão se envolvendo com outros
grupos. As pessoas estão se infiltrando no movimento. Ontem jogaram uma
bomba dentro do Hospital Getúlio Vargas e todos ficaram perplexos porque
aquilo é um hospital", afirmou.
cidadeverde
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