Governo eleva renda do Bolsa Família para chegar a R$ 70 per capita.
Cerca de 2,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família serão favorecidos.
O governo federal anunciou nesta
terça-feira (19) uma ampliação do programa Bolsa Família. A partir de
agora, os beneficiários passam a ter a garantia de renda de ao menos R$
70 per capita (por pessoa), ou seja, R$ 350 em uma família de cinco
pessoas, por exemplo.
Com
a iniciativa, todos os 22 milhões de beneficiários cadastrados no Bolsa
Família ficarão acima da linha de extrema pobreza – que é definida por
quem vive com menos de R$ 70 por mês, conforme Tereza Campello, ministra
do Desenvolvimento Social.
A
estimativa, no entanto, é de que ainda existam cerca de 2,52 milhões
brasileiros não identificados e cadastrados nos programas sociais
vivendo em situação de miséria. Segundo Tereza Campello, para erradicar a
pobreza absoluta no país o governo precisa localizar e incluir essas
pessoas no Cadastro Único para Programas Sociais (Cadúnico).
Ao anunciar as medidas, a ministra
disse que a iniciativa elevará imediatamente a renda de cerca de 2,5
milhões de beneficiários do Bolsa Família, que terão garantidos pelo
menos R$ 70, seja unicamente pelo Bolsa Família ou como complemento ao
salário que recebem.
De
acordo com informações do ministério, a complementação de renda aos 2,5
milhões de brasileiros custará R$ 773 milhões em 2013. O pagamento
começará a ser feito em março deste ano.
Segundo
o Ministério do Desenvolvimento Social, os valores pagos pelo Programa
Bolsa Família variavam de R$ 36 (trinta e seis reais) a R$ 306
(trezentos e seis reais), de acordo com a renda mensal por pessoa da
família e o número de filhos menores. Agora, esse limite deixa de
existir para que todas as famílias tenham a garantia de R$ 70 por
pessoa, independente do número de filhos.
'Falta pouco'
Em
discurso, a presidente Dilma Rousseff disse que "falta pouco" para o
Brasil erradicar a miséria. "Não estamos dizendo que não existem mais
brasileiros extremamente pobres ou destituídos da condição de vida
digna. Infelizmente ainda existe. Nós sabemos disso. É necessário
inclui-los para que recebam o beneficio que têm direito. [...] Falta
pouco para que não haja mais brasileiros mergulhados na miséria".
A presidente afirmou que a ampliação
do Brasil Sem Miséria tem "força simbólica" e é um dos mais importantes
atos de seu governo. "Nesta sala eu já assinei vários atos. Já tive a
honra e a alegria de participar de vários e importantes lançamentos,
atividades para o país e para diferentes setores sociais. Mas tenho
certeza que nenhum deles tem a força simbólica e o efeito imediato deste
ato que hoje assino", afirmou.
"Com
ele, o Brasil vira uma página decisiva na nossa longa história de
exclusão social", disse a presidente, complementando que os 2,5 milhões
que receberão complemento de renda são "os últimos brasileiros
extremamente pobres inscritos no cadastro do Bolsa Família a transpor a
extrema miséria".
Dilma
citou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a
primeira gestão federal a "trazer a questão social para o centro do
debate nacional". Ela disse que, após erradicar a miséria, o Brasil
precisa alcançar outras metas, como emprego de qualidade.
"Estamos
virando uma página decisiva na nossa longa história de exclusão social
que tem a marca perversa da escravidão. Outras páginas precisam ser
viradas. Como acesso a emprego de qualidade, por isso, os cursos de
capacitação. [...] O governo federal tem feito sua parte. Cabe aqui
agradecer a parceria de todos os estados e dos municípios nessa
empreitada histórica".
Busca ativa
Desde sua criação, em junho de 2011, o
Brasil Sem Miséria, por meio de um mecanismo chamado "busca ativa",
localizou 2,84 milhões de pessoas vivendo em condição de extrema
pobreza. Elas foram incluídas no cadastro e passaram a receber o
benefício, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social.
A
ministra Tereza Campello afirmou que o governo não descuidará da busca
de mais famílias que vivam em situação de miséria. "Estamos trabalhando
muito para isso. Procurar todos os brasileiros que devem fazer parte do
Cadastro Único. Já localizamos mais de 800 mil famílias e, juntos com os
prefeitos eleitos, temos ambição de localizar mais 700 mil", disse.
"Não
descuidaremos do nosso cadastro. Temos orgulho de ter um dos cadastros
mais focalizados do mundo. É só um começo", completou a ministra.
Dilma
Rousseff pediu que os municípios continuem buscando pessoas que ainda
estão abaixo da linha da pobreza. "Quero propor um grande campeonato
pela justiça e pela igualdade em nosso país. Vamos todos juntos desvelar
e varrer por completo a pobreza extrema invisível de nosso território.
Vamos preencher as lacunas do nosso cadastro único", disse a presidente.
A
busca ativa é o mote do Brasil Sem Miséria, principal programa social
do governo Dilma e que engloba o Bolsa Família, o Brasil Carinhoso,
entre outras ações de combate à pobreza.
Histórico de ampliações
No
ano passado, a presidente Dilma Rousseff já havia anunciado a
complementação da renda para famílias com crianças de 0 a 6 anos. Agora,
a complementação passará a ser feita a todas as famílias.
No
começo de fevereiro, a presidente disse que até março deste ano todas
as pessoas em condição de pobreza extrema cadastradas pelo governo
sairiam da miséria.
Fonte:G1
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