Decisão do ministro suspendeu tramitação da proposta no Congresso.
Mendes se reuniu nesta segunda com presidentes da Câmara e do Senado.
Após se reunir com os presidentes da Câmara e do Senado, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta segunda-feira (29) ao G1 que levará em maio para julgamento no plenário da corte a ação contra o projeto que impõe regras mais rígidas para que novos partidos políticos tenham acesso a maiores fatias do fundo partidário e do tempo de TV. Na última quarta (24), Mendes determinou suspensão da tramitação da proposta no Congresso.
 A decisão do ministro foi criticada por parlamentares. O presidente do 
Congresso,  Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na semana passada que havia
 uma "invasão" do
 Supremo no processo legislativo do Senado e da Câmara. Na última quinta
 (25), o Senado apresentou recurso no STF para derrubar a liminar de 
Mendes que interrompeu a tramitação do projeto.  Calheiros e o 
presidente da Câmara, Henrique Alves, se reuniram nesta tarde com Gilmar
 Mendes para discutir a questão.
 Segundo o ministro do Supremo, os dois parlamentares pediram celeridade
 no julgamento do mérito da ação pelo plenário da corte. “O pedido foi 
de celeridade para a análise pelo pleno. Vamos julgar isso rapidamente, 
logo. Vou levar [para análise do plenário] em maio”, afirmou. 
 Com a decisão de submeter o processo ao plenário, Gilmar Mendes 
rejeitou a possibilidade de ele próprio rever a suspensão da tramitação 
do projeto. Como relator, o ministro poderia reconsiderar a própria 
liminar e permitir que a proposta voltasse a tramitar no Senado.
 De autoria do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), o projeto que teve a 
tramitação suspensa por Mendes impede que parlamentares que mudem de 
partido no meio do mandato transfiram para a nova agremiação parte do 
fundo partidário e do tempo no rádio e na TV da sigla de origem. Pelas 
regras atuais, a maior parte do fundo e da propaganda eleitoral é 
distribuída de forma proporcional ao tamanho das bancadas.
 A liminar (decisão provisória) foi concedida por Gilmar Mendes 
atendendo a um pedido do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) protocolado
 na última terça (23), depois de o projeto ter sido aprovado na Câmara 
dos Deputados. A liminar prevalecerá até que o plenário do Supremo 
decida sobre o caso.
 PEC que limita poderes do Supremo
O ministro também afirmou que Henrique Eduardo Alves explicou a ele as circunstâncias da aprovação da PEC 33, que dá ao Congresso o poder de vetar decisões do Supremo sobre emendas constitucionais. A proposta, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em votação simbólica, e com a presença de apenas 21 deputados, menos da metade do número total de integrantes do colegiado.
O ministro também afirmou que Henrique Eduardo Alves explicou a ele as circunstâncias da aprovação da PEC 33, que dá ao Congresso o poder de vetar decisões do Supremo sobre emendas constitucionais. A proposta, de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em votação simbólica, e com a presença de apenas 21 deputados, menos da metade do número total de integrantes do colegiado.
 Segundo Gilmar Mendes, o presidente da Câmara o informou que pretende 
apresentar projeto de lei complementar que impede a aprovação de 
propostas de emenda à Constituição por votação simbólica, quando não há 
contagem de votos.
 O mal estar entre Judiciário e Legislativo causado pela aprovação da 
PEC 33, além das críticas de ministros do STF, levaram Henrique Alves a 
decidir não instalar comissão especial para analisar a proposta, que 
seria o próximo passo de sua tramitação antes de ser encaminhada ao 
plenário da Câmara. Para alterar a Constituição, a proposta ainda 
precisaria ser aprovada em dois turnos também pelo Senado.
 Gilmar Mendes afirmou que a reunião com Henrique Alves e Renan 
Calheiros foi muito “positiva”. “Nunca houve interrupção do 
diálogo.Sempre tive boa relação com o Henrique. A reunião foi muito 
positiva”, disse.
 saiba mais
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário