Candidata denuncia ao MPF suposta fraude em prova do concurso do HU.
CONCURSO: Ela procurou o MPF por se sentir lesada na prova para uma das 159 vagas de enfermeira para hospital
A enfermeira Maria Inez Lopes
denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) a violação do lacre das
provas do concurso para vagas do Hospital Universitário da Universidade
Federal do Piauí (UFPI). Ela era uma das candidatas que estava na sala
202 na unidade 3, do Colégio Agrícola e viu um buraco no envelope de
provas.
“Eu procurei o Ministério Público
Estadual e lá me disseram que a competência era do Ministério Público
Federal. Fui até lá e dei um depoimento do que aconteceu, porque eu
estou indignada, me sentindo roubada”, declarou a enfermeira.
Inez
revela ainda que não havia detector de metais e disse estar indignada e
revoltada. “Me senti num circo! E não numa sala de concurso, fazendo
provas de uma instituição pública federal. Nem detector de metal tinha,
todo mundo entrava e saía. Até o vigilante foi chamado na nossa sala”,
afirmou.
Segundo
Inez Lopes, ela estava na sala 15 minutos antes do início das provas e o
fiscal mostrou as provas faltando cinco minutos, quando perceberam a
violação. “Nós vimos o rasgo do tamanho de uns quatro dedos e
perguntamos o que aconteceu e eles tentaram esconder e chamaram
coordenador. Ele disse que as provas estavam todas lá e pediu para
alguns candidatos meterem a mão no envelope. Teve bate-boca, porque
muitos queriam fazer a prova mesmo assim”, destacou a enfermeira.
Ela disse que o coordenador tirou
fotos, mas às 8h10 começaram a fazer a prova. “As provas estavam lá, mas
quem me garante que alguém não tirou, olhou e depois devolveu?",
questiona.
Segundo a candidata, em sua sala
apenas 10% dos candidatos eram do Piauí. “Tinha muita gente de fora de
Salvador, Fortaleza, Recife, o que dificultou fazer uma denúncia em
conjunto. Mas, já entraram em contato comigo e eu aconselhei a procurar o
Ministério Público Federal nas cidades delas, assim como fiz aqui”.
MPF
A
assessoria de comunicação do Ministério Público Federal informou que a
notícia de suposta fraude no Concurso do Hospital Universitário,
ocorrido no último domingo,3, foi em relação à prova para o cargo de
enfermeiro.
Segundo representação feita junto
ao Ministério Público Federal no Piauí, na última segunda-feira, o
pacote de provas aplicadas na sala 202, do Colégio Agrícola da
Universidade Federal do Piauí- UFPI estaria violado (envelope
entreaberto).
O fato será apurado pelo
procurador da República, Wellington Bonfim, que solicitou hoje(06)
informações sobre o ocorrido à Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares- EBSERH, responsável pelo concurso. A EBSERH terá o prazo
de dois dias úteis para prestar as informações.
As
159 vagas de enfermagem do HU, nove para portadores de deficiência,
foram as mais procuradas do concurso em nível superior. São 9.385
inscritos em busca do salário de R$ 4.188, com jornada de 30 horas
semanais.
Resposta dos organizadores
Sobre o caso, o Iades divulgou a seguinte nota:
As provas objetivas realizadas na manhã do dia 3 de março
para o concurso público da EBSERH, para provimento de vagas no Hospital
Universitário da UFPI, foram aplicadas para um total de 10.317
candidatos, distribuídos em 41 empregos. O índice de ausência foi de
quase 20% (19,99%). Todo o material de aplicação de provas foi
devidamente impresso e lacrado em envelopes invioláveis (que precisam
ser completamente rasgados para serem abertos), por sala e dentro de
malotes devidamente lacrados por lacres duplos, a partir do ambiente de
gráfica. O momento de rompimento dos lacres dos malotes ocorreu às 7h40
da manhã, nas salas de cada coordenação de local, e os envelopes foram
imediatamente transportados para as salas de aplicação.
Os envelopes invioláveis somente são abertos na sala de
aplicação da prova e na presença dos candidatos. Eles assinam um
documento chamado Termo de Inviolabilidade, no qual testemunham o
recebimento na sala de aplicação de prova, do envelope de provas
devidamente lacrado.
O envelope da sala 202 do
Bloco CCA/Espaço Universitário III (com 50 candidatos para o emprego de
Enfermeiro), entregue a sala 202, permanecia com seu lacre adesivo
intacto. O envelope em questão possuía, em sua parte lateral inferior,
um rasgo reto no tamanho aproximado de 5 cm (insuficiente para
visualização do conteúdo interno e retirada de algum material inserido).
Entendemos que tal corte foi produzido no momento de transporte do
malote ainda lacrado e que não houve nenhuma quebra de confidencialidade
do conteúdo.
Os candidatos presentes entenderam a situação e
testemunharam a lisura do processo, assinando o Termo de
Inviolabilidade. Todos os candidatos presentes realizaram a prova
normalmente.
Atenciosamente
Elza Cardoso
Diretora de Concursos
Instituto Americano de Desenvolvimento-IADES
CIDADEVERDE
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