O Ministério das Cidades barra recursos para municípios com subdelegação.
A implantação do projeto de
subdelegação dos serviços de água e esgoto em Teresina pode provocar a
perda de recursos para a realização de obras no sistema gerido
atualmente pela Agespisa. O presidente da Associação de Empresas de
Saneamento Básico Estaduais (Aesbe), José Carlos Barbosa, foi comunicado
pelo Ministério das Cidades de que os recursos do órgão não podem ser
liberados para obras e serviços de sistemas de abastecimento de água e
esgoto controlados por empresas privadas.
A informação consta em ofício do
secretário nacional de saneamento do Ministério das Cidades, Osvaldo
Garcia, com data de julho do ano passado. A vedação serve para sistemas
de saneamento onde há controle total ou em parte de empresas privadas,
conforme dispositivo do Manual de Instruções para Aprovação e Execução
dos Programas e Ações do Ministério das Cidades inseridos na 2ª fase do
PAC 2. Essa norma prevê ainda a devolução pelo município e pela empresa
concessionária dos recursos já disponibilizados.
A
restrição do Ministério das Cidades quanto a concessões ou
subdelegações de sistemas de saneamento básico pode causar a perda de R$
650 milhões para obras em Teresina voltadas para sistemas de água e
esgoto. Esse é o valor solicitado pelo Governo do Piauí, segundo
informações da Agespisa, para obras na capital, sendo:
R$ 200 milhões para implantar rede de esgoto no bairro Itararé
R$ 250 milhões para ampliar o sistema de esgotamento integrado na zona Sul
R$ 39 milhões para a construção de uma ETA na Santa Maria da Codipi
R$ 26 milhões para a implantação de uma adutora e um booster (conjunto de bombas) na região do Grande Dirceu
R$ 136 milhões para a setorização do sistema de abastecimento de água
A Agespisa solicitou que a Fundação
Getúlio Vargas (FGV) faça o estudo da viabilidade do projeto de
subdelegação. Segundo o presidente do Sindicato dos Engenheiros, Antonio
Florentino Filho, é preciso que o Governo do Estado através da Agespisa
dê prioridade ao andamento das obras com recursos já assegurados e à
liberação dos recursos disponíveis no Ministério das Cidades, ao invés
de priorizar o processo de entrega do saneamento ao setor privado.
“Existem
os recursos já disponíveis e que por problemas de gestão não se
conseguiu ainda aplicar nas conclusões das obras, em especial em
Teresina. Estes recursos estão disponíveis na Caixa. Devemos buscar
resolver os entraves que dificultam a conclusão das obras, senão quem
sairá prejudicado é a população”, explica o engenheiro.
Dos
R$ 650 milhões, o senador Ciro Nogueira (PP) anunciou que o Ministério
das Cidades garantiu a liberação de R$ 265 milhões, para as obras na
Santa Maria da Codipi, Itararé e a setorização do sistema de
esgotamento. Mas a liberação desses recursos - que ainda não ocorreu -
pode ser prejudicada pela subdelegação. Não só pela proibição ou
bloqueio dos recursos, mas porque as normas do Ministério preveem que –
em caso de concessão ao setor privado - os recursos liberados sejam
devolvidos e devidamente corrigidos, sob pena de instauração de tomada
de contas especiais.
CIDADEVERDE
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