Veja a repercussão da morte de Hugo Chávez no Brasil e no mundo
O presidente da Venezuela morreu aos 58 anos, nesta terça-feira (5).
Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011.
Políticos, artistas e personalidades do Brasil e do mundo comentaram a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ocorrida nesta terça-feira (5). Chávez morreu aos 58 anos na capital do país, Caracas.A morte ocorreu às 16h25 locais (17h55 de Brasília), segundo o vice-presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez, que fez o anúncio em um pronunciamento ao vivo na TV.
A presidente brasileira Dilma Rousseff fez uma fala em homenagem ao presidente da Venezuela. Ela disse que a morte deve "encher de tristeza" todos os latino-americanos e que Chávez era uma "liderança comprometida com seu país e com o desenvolvimento" da América Latina.
"Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com Hugo Chávez. Porém, hoje, como sempre, reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e sobretudo, um amigo do Brasil, um amigo do povo brasileiro", afirmou Dilma.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que os EUA estão interessados em começar um "novo relacionamento" com a Venezuela, após a morte do presidente Hugo Chávez, anunciada pouco antes.
"Nesse momento desafiador da morte do presidente Hugo Chávez, os Estados Unidos reafirmam seu apoio ao povo venezuelano e seu interesse em construir um relacionamento construtivo com o governo venezuelano", disse Obama em comunicado.
"Quando a Venezuela começa um novo capítulo em sua história, os EUA permanecem comprometidos com políticas que promovam os princípios democráticos, o primado da lei, e o respeito aos direitos humanos", acrescentou o americano.
O secretário britânico das Relações Exteriores, William Hague, expressou sua "tristeza" pela morte do presidente venezuelano Hugo Chávez e disse que ele deixou uma "marca profunda" em seu povo. "Fiquei triste em saber da morte do presidente Hugo Chávez hoje", afirmou Hague em um comunicado. "Como presidente da Venezuela durante 14 anos, deixou uma profunda marca no país e além".
O líder oposicionista venezuelano, Henrique Capriles, publicou no Twitter uma mensagem em tom conciliador: "Advogamos pela unidade dos venezuelanos neste momento". "Em momentos difíceis devemos demonstrar nosso profundo amor e respeito a nossa Venezuela! Unidade da família venezuelana!", escreveu, em outro post.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, enviou condolências à população venezuelana após saber da morte do presidente do país. "Quero enviar minhas mais sentidas condolências à família do presidente Chávez, assim como ao povo e ao governo da Venezuela", disse ele à imprensa.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota lamentando a morte do venezuelano, em que diz ter muito orgulho de ter convivido com ele. "Eu me solidarizo com o povo venezuelano, com os familiares e correligionários de Chávez, neste dia tão triste, mas tenho a confiança de que seu exemplo de amor à pátria e sua dedicação à causa dos menos favorecidos continuarão iluminando o futuro da Venezuela", afirmou.
A escritora e blogueira cubana Yoani Sánchez comentou no Twitter ter recebido a notícia sobre a morte de Chávez por uma mensagem de celular enviada pelo marido.
O vice-presidente argentino, Amado Boudou, disse haver uma "grande dor em toda a América" pela morte. "Há grande dor em toda a América. Partiu um dos melhores. Até sempre, comandante: Junto a Néstor [Kirchner, presidente argentino falecido] nos guiarão à vitória dos povos", escreveu ele no Twitter.
O presidente do Senado brasileiro, Renan Calheiros, divulgou nota de condolências a familiares, ao povo e ao Parlamento venezuelano. "Seu relevante papel no quadro venezuelano e regional e sua grande amizade pelo Brasil marcaram sua gestão à frente do Governo da República Bolivariana da Venezuela", acrescentou. "Neste momento de dor e de pesar, o povo da Venezuela conta com a plena solidariedade do povo brasileiro, representado no Congresso Nacional".
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), também lamentou a morte de Chávez. “Quero prestar minha solidariedade ao povo da Venezuela e à família do presidente Hugo Chávez. Quando era governador, tive a oportunidade de recepcioná-lo inúmeras vezes no estado do Amazonas. O relacionamento do povo do Amazonas com o povo da Venezuela é o melhor possível.”
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Doença
Desde que foi reeleito mais uma vez, em outubro de 2012, o líder venezuelano apareceu em público poucas vezes, a maioria delas para liderar conselhos de ministros no Palácio de Miraflores. Chávez também deixou de utilizar frequentemente sua conta na rede social Twitter.
A falta de informações e detalhes sobre a doença e a presença menos frequente de Chávez em eventos desde que anunciou a luta contra o câncer alimentaram os rumores de que seu estado de saúde poderia ser mais grave do que o governo queria divulgar.
Em 10 de junho de 2011, a imprensa venezuelana noticiou que Hugo Chávez havia passado por uma cirurgia de emergência em Cuba devido a um problema na região pélvica. Rumores sobre a doença circularam nos dias seguintes, mas o governo venezuelano negou que se tratasse de um tumor.
Em 30 de junho, no entanto, o presidente confirmou que havia sido operado em razão de um câncer. Não foram revelados maiores detalhes sobre a doença.
Chávez voltou à Venezuela dias depois e voltaria a Cuba nos meses seguintes para sessões de quimioterapia. Em agosto de 2011, apareceu com o cabelo raspado: "É meu novo visual", disse.
Em outubro do mesmo ano, após fazer exames médicos em Cuba, o governante declarou-se livre do câncer. "O novo Chávez voltou [...] Vamos viver e vamos continuar vivendo. Estou livre da doença", afirmou, fardado e eufórico.
Hugo Chávez chegou a dizer que o câncer, que atingiu cinco líderes sul-americanos – entre eles a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula – teria sido induzido pelos Estados Unidos. "Não seria estranho se tivessem desenvolvido uma tecnologia", disse
Em fevereiro de 2012, ele anunciou que seria operado novamente por uma lesão na mesma região em que teve o tumor removido. A cirurgia também ocorreu em Cuba e, posteriormente, ele passou por tratamento de radioterapia.
Em julho, quando era candidato à reeleição, o presidente voltou a dizer que havia vencido a batalha contra o câncer. Aos opositores, Chávez dizia que seus problemas de saúde não o impediriam de vencer a eleição que poderia mantê-lo no poder até 2019.
Em novembro, após vitória nas urnas, a Assembleia Nacional autorizou a viagem de Chávez a Cuba para receber terapia hiperbárica, um tratamento complementar comum em pacientes que receberam radioterapia.
Em dezembro, Chávez anunciou que voltaria a Cuba para ser submetido a uma nova cirurgia devido ao retorno do câncer. Ele designou o vice, Nicolás Maduro, como o eventual sucessor se não fosse capaz de voltar ao poder. Foi a primeira vez que Chávez admitiu, publicamente, que a doença poderia impedi-lo de seguir à frente do país.
Após a realização da cirurgia, foi Maduro quem passou a fazer relatos do estado de saúde de Hugo Chávez. A oposição criticava o governo, acusando-o de sonegar informação sobre a real situação do mandatário.
Chávez não conseguiu tomar posse de seu novo mandato, em 10 de janeiro. Após disputa judicial, o Tribunal Superior de Justiça entendeu que a presença dele não era necessária, e que uma posse formal poderia ocorrer em outra data a ser marcada posteriormente.
Em 18 de fevereiro, surpreendendo a todos, Hugo Chávez anunciou, pelo Twitter, que estava voltando à Venezuela. Ele foi diretamente para um hospital militar na capital Caracas.
Constituição prevê nova eleição para sucessor de Chávez em 30 dias
O artigo 233 da constituição venezuelana prevê uma nova eleição "universal, direta e secreta" em 30 dias em uma situação de morte de um presidente eleito que não tenha tomado posse. Hugo Chávez, morreu na tarde desta terça-feira (5), aos 58 anos, após sua quarta eleição e não chegou a tomar posse de seu novo mandato.
"Quando se produza a falta absoluta do Presidente eleito ou Presidenta eleita antes de tomar posse, se procederá uma nova eleição universal, direta e secreta dentros dos 30 dias consecutivos seguintes", diz o trecho do artigo. Antes, entre as situações de "falta absoluta" está classificada a morte de um mandatário eleito.
A seguir, a constituição do país define que o presidente do Congresso venezuelano ficará no cargo de presidente antes de se definir o vencedor destas novas eleições. "Enquanto se escolhe e toma posse o novo Presidente ou a nova Presidenta, se encarregará da Presidência da República o Presidente da Assembleia Nacional."
A morte de Hugo Chávez ocorreu às 16h25 locais (17h55 de Brasília), segundo o vice-presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez, que fez o anúncio em um pronunciamento ao vivo na TV.
G1
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