Rádio Mega Star

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Crédito para aeroportos cubanos: Aberração político-ideológica?

Recentemente, o Governo Federal concedeu um crédito de US$ 176 milhões para Cuba, a fim de que modernizem seus aeroportos. Após a leitura de notícias como essas, é natural que certas dúvidas venham à tona: “Por que especificamente para Cuba, e não para  países que podem precisar mais?”; Será que a população concordaria (afinal, é o nosso dinheiro)?”; “Tal capital não poderia estar sendo aplicado para melhorias relevantes para a população brasileira?”, "É legítimo e razoável prestar apoio a um governo ditatorial?", “Em que medida o interesse brasileiro foi afetado por uma ideologia partidária?”, “Poderia ser um meio favorecer a incursão de simpatizantes ideológicos, em detrimento da população?”, "Em que medida tais agentes podem ser, também, políticos, tendo em vista que provêm de um Estado totalitário?", “Qual a situação dos aeroportos brasileiros?”; “Quais são os projetos para melhorar nossa infraestrutura aérea?”; entre outras.
  Talvez esses investimentos sejam uma tentativa de estreitar os laços com Cuba: já somos o sexto maior parceiro comercial do país, além de sermos o principal fornecedor alimentício (inclusive com doações, como esta: http://noticias.r7.com/internacional/brasil+doa+25+mil+toneladas+de+arroz+a+cuba-20122012, além de colocar em sigilo apoio financeiro ao país: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1259471-brasil-coloca-sob-sigilo-apoio-financeiro-a-cuba-e-a-angola.shtml). Isso demonstra, mais um vez,  que o Governo prefere fazer acordos políticos em detrimento da melhoria das condições de vida da população, que sofre enormemente com a falta de investimentos internos eficazes e eficientes. Ainda pior, a conjunção das atividades de política externa pode revelar sub-reptícias intenções.
  Uma premiação recente feita pelo World Airport Awards, que mostra os 100 melhores aeroportos do mundo, aponta como melhor o aeroporto o de Changi, em Cingapura. O brasileiro mais qualificado foi o de Guarulhos, no entanto, como já era de se esperar, não estava na lista, não ficando nem ao menos entre os melhores da América do Sul - ficamos atrás dos aeroportos de Lima, Guayaquil e Santiago. Agora, a pergunta é a seguinte: como o Brasil, a sétima maior economia do mundo, com o PIB de US$ 2,42 trilhões e uma invulgar expressão internacional, não tem pelo menos um dentre os três melhores aeroportos da América do Sul - em comparação, por exemplo, com o Peru, que não movimenta mais do que US$ 325,4 bilhões (PIB)e possui o melhor? 
 Toda essa indagação foi feita, ainda, sem levar em conta que o Aeroporto de Guarulhos necessitou ser privatizado, ou seja, é provável que, se estivesse nas mãos do Estado, estaríamos em ainda piores condições e posições; portanto, se o de Guarulhos foi o eleito o melhor do Brasil, seria razoável dar graças à iniciativa privada, ao menos pelo acréscimo qualitativo.
   Casos como estes desvelam a dificuldade, por parte do poder público, de organizar e gerir os aeroportos, a qual é visível mesmo aos míopes e frequentemente noticiada pela mídia.

   A chegada de grandes eventos no país nos próximos 3 anos demanda uma medida rápida pelo Governo Federal, que, vendo sua incapacidade em melhorar e construir infraestrutura adequada, começa a transferir essa responsabilidade à iniciativa privada.

   Percebe-se que, em certa medida, é a iniciativa privada notoriamente mais bem capacitada para realizar tais tarefas, disto decorrendo os esforços de privatização: Brasília, Campinas e Guarulhos; além da abertura de licitações para privatizar outros: Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte:
1) Matérias como a apresentada a seguir, mostrando a ineficácia da segurança nesses locais, são de relevância ímpar para alertar a população e pressionar os governantes para que tomem medidas necessárias. 
Rememorando: o aporte de estrangeiros, inclusive advindos de países sob sérias ameças de terrorismo, tais como os EUA e países europeus, incita à reflexão: a falência da segurança aeroportuária no Brasil não poderá ensejar, caso nada se faça para transmutar esta situação, em atentados de teor inimaginável? Se em países com graúdos e eficientes investimentos em segurança tais eventos ocorrem, o que dizer do risco em relação a um país em que a segurança é nula?
   Vejam e pasmem: armas dotadas de alto poder de destruição, além de drogas e dinheiro atípico, conseguem passar facilmente pela segurança, inclusive com o trânsito por aviões, aeroporto, ônibus internos. Disso podemos depreender que não haveria problemas, também, quanto ao porte de explosivos.
 
2) Aeroporto localizado em Goiânia - capital do estado de Goiás -, a qual “ganhou” o posto de pior entre os 22 maiores do Brasil, recebendo nota 2 numa escala de 0 a 10. Segundo comentários relativamente jocosos, proferidos por moradores da cidade e usuários do aeroporto, o mesmo teria nível inferior, em estrutura, à média das rodoviárias.
3) Uma matéria um pouco antiga informa que, na época, o Aeroporto de Cumbica estava entre os 10 piores do mundo, estando entre os mais desprezados e "odiados" pelos usuários:
4) Outra reportagem, bastante recente, abordando o Aeroporto de Congonhas, noticia que uma nova torre de controle foi instalada na semana passada, dia 8. O curioso (ou vergonhoso?) é que, na torre atual, detectou-se defeitos vários, como pontos cegos, e uma nova, essa que foi instalada, foi solicitada há mais de 6 anos e só agora entregue. Poderia ter demorado mais, mas o que compeliu à resolução teria sido a iminência de eventos esportivos: em que medida a segurança da população é preocupação menor que a relativa a eventos?
5) Uma última notícia, também na semana passada, dia 5, aventou que as obras do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, na região metropolitana de Cuiabá - uma das cidades sede para a Copa do Mundo de 2014 -, em um período de 3 meses, avançaram 2,6%: já deveriam ter atingido mais de 13%. O início das obras, projetado para dezembro do ano passado, só começou no final de janeiro, tendo um atraso de 50 dias.
 
   Em 2011, um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), divulgou que 9 dos 13 estádios que participarão da Copa do Mundo 2014 não estarão prontos a tempo. Estimou também que o movimento cresceria em torno de 10% ao ano, chegando a 151,8 milhões no ano do evento. 

   Com reformas e construções, a capacidade total, ou seja, de todos os aeroportos juntos, chegará a 148,7 milhões, concluindo, pois, que muitos deles ficarão em situação crítica, com ocupação acima do limite. Segundo o documento, “a análise do plano de investimentos para os aeroportos da Copa sugere que as obras foram planejadas com subdimensionamento da demanda futura. O setor continua sendo planejado com o olho do espelho retrovisor, em vez de se preparar para 40 anos à frente”.
   Um outro estudo do Ipea, mais recente - no ano passado - confirmou o estudo feito anteriormente, divulgando que 17 de 20 aeroportos estão com ocupação acima do limite, como, por exemplo, o de Guarulhos, que possui capacidade para 29,4 milhões, mas movimentou 30 milhões em 2011, ficando com a taxa de ocupação em cerca de 121%.

   Isto posto - entre tantas informações outras -, cabe indagar: quais são os aeroportos que precisam urgentemente de modernização? Em que medida tal crédito pode ser benéfico para o Brasil? É razoável tal preferência para a alocação do capital da população, haja vista a precariedade no cumprimento de diversas garantias sociais? Qual a razão de serem preteridos os aeroportos brasileiros em prol do apoio a uma ditadura semi-isolada?

  A questão pode ser complexa. Um modo de respondê-la configura-se, inicialmente, por uma análise isenta, tendo como espeque o Brasil e sua população, despindo-se de interesses partidários.
 
Fontes e leitura complementar:
Crédito para cuba modernizar seus aeroportos - US$ 176 milhões
Financiamento aeroportuário de Cuba - R$ 682 milhões
Cem melhores aeroportos do mundo. Nenhum brasileiro.
Comparação entre aeroportos brasileiros: preços, capacidade, movimentação etc.
Maiores e melhores aeroportos
 
PIB - Peru (2011)
Atraso na ampliação o do aeroporto de Cuiabá (MT)
Piores aeroportos para alimentação: Santo Dumond e Marechal Rondon
Segundo estudo, nove dos treze aeroportos brasileiros, não ficarão prontos para a Copa de 2014
Após seis anos, a nova torre de controle do aeroporto de Congonhas começa a funcionar.

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