Bilionário, que nunca escondeu pretensão de assumir o estádio, ganha disputa ao lado da Odebrecht e da AEG. Deverá pagar R$ 181 mi por estádio bilionário
Eike já manifestava seu interesse em participar do processo de licitação desde que a reforma do estádio apenas começava. Uma de suas empresas foi responsável pelo estudo técnico do processo
Não houve surpresas: Eike Batista cumpriu seu objetivo de ganhar a
disputa para gerenciar o maior estádio do Brasil. O consórcio Maracanã
S.A., formado por Odebrecht (construtora responsável pela reforma do
estádio para a Copa de 2014), IMX (uma das empresas do bilionário
brasileiro) e AEG, foi anunciado como vencedor da licitação para
concessão do local pelos próximos 35 anos. Agora, só falta a homologação
do resultado, um formalidade que deve ser feita nos próximos dias pelo
secretário estadual de Casa Civil, Régis Fichtner. Na manhã desta
quinta-feira, a comissão de licitação formada pelo governo do Rio de
Janeiro analisou a documentação do consórcio, que estava em primeiro
lugar na concorrência após análise das propostas técnica e econômica, e
habilitou o Maracanã S.A. a ficar com a concessão.
O valor de outorga mínimo exigido pelo edital era de 4,5 milhões de
reais por ano, que serão pagos pelo consórcio vencedor para o governo do
Rio. O Maracanã S.A. ofereceu 5,5 milhões de reais, 17% a mais que os
4,7 milhões do concorrente. Apesar do período de concessão ser de 35
anos, serão pagas apenas 33 parcelas anuais de outorga. Portanto, no
total, a proposta do Maracanã S.A. foi de 181,5 milhões de reais, contra
155,1 milhões da adversária. O valor da melhor proposta equivale a
cerca de um quinto do que está sendo gasto na atual reforma do estádio
(sem contar as intervenções antigas - e também milionárias - para o
Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, e o Pan de 2007). Só a reforma
atual, que praticamente reconstruiu o estádio, passou de 1 bilhão de reais. O governo já tinha torrado 428 milhões de reais nas obras de 2007 e 253 milhões em 2000.
Na reunião desta quinta, o presidente da comissão, Luiz Roberto Silveira
Leite, perguntou aos representantes do outro consórcio, Complexo
Esportivo e Cultural do Rio (composto pela OAS, Stadion Amsterdam N.V. e
Lagardère Unlimited), se eles gostariam de apresentar algum recurso.
Eles se abstiveram. Eike já manifestava seu interesse em participar do
processo de licitação desde que a reforma do estádio apenas começava.
Uma de suas empresas foi responsável pelo estudo que deu origem aos
termos da licitação. O fato de a IMX ter realizado o estudo de
viabilidade técnica do estádio foi usado pelo MP como argumento para
tentar barrar seu envolvimento no processo. O empresário, no entanto,
conseguiu permanecer no consórcio. O estudo feito pela própria empresa
de Eike estimava em 154 milhões de reais o potencial de receita anual do
concessionário.
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