Executivo espera arrecadar ao menos R$ 6,2 bilhões com concessões.
Lance mínimo para leilão do aeroporto do Rio será de R$ 4,65 bilhões.
Vista aérea do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão (Foto: Divulgação/Infraero)
Área de desembarque e check-in do Aeroporto de Confins (Foto: Divulgação/Infraero)
  O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, 
anunciou nesta quarta-feira (29) que o leilão de concessão à iniciativa 
privada dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em 
Minas Gerais, irá ocorrer em 30 de outubro. A expectativa do Executivo é
 arrecadar, no mínimo, R$ 6,21 bilhões com a privatização das duas 
estruturas aeroportuárias: R$ 4,65 bilhões com o aeroporto fluminense e 
R$ 1,56 bilhão com o mineiro.
  As regras do edital de licitação, que será publicado em setembro pelo 
governo federal, foram divulgadas após reunião deliberativa da Agência 
Nacional de Aviação Civil (Anac), em Brasília. Moreira Franco afirmou 
que o prazo de concessão para o aeroporto do Galeão será de 25 anos e 
para o de Confins de 30 anos. Os dois contratos, enfatizou o governo, 
poderão ser prorrogados por até 5 anos, por uma única vez.
  “É uma nova fase não só para esses aeroportos, como para a 
infraestrutura aeroportuária do Brasil. Vamos ter um novo tempo, no qual
 tudo o que há de mais moderno em termos de operação aeroportuária vai 
conviver com os usuários do sistemas. Os passageiros, a partir de agora,
 poderão crescentemente vir a ter um sistema de serviços à altura dos 
melhores aeroportos do mundo”, ressaltou o ministro da Aviação Civil.
  O governo decidiu manter o modelo do leilão anterior, realizado em 
2012, em que foram concedidos os aeroportos de Guarulhos, Campinas e 
Brasília. Isso significa que a Infraero será sócia minoritária em uma 
sociedade que vai administrar o aeroporto. O controle será do consórcio 
que vencer a licitação, que terá 51% de participação no negócio.
  O Executivo, contudo, tornou um pouco mais rígidas as regras para 
participação no leilão. O consórcio interessado deverá contar com a 
participação de pelo menos uma empresa com experiência na operação de 
aeroportos com movimentação de pelo menos 35 milhões de passageiros por 
ano.
  No leilão anterior, a regra previa experiência em aeroportos que 
movimentam 5 milhões de passageiros por ano. O governo espera, com isso,
 atrair para o país as empresas que operam alguns dos maiores e mais 
eficientes terminais do mundo. As empresas aéreas que atuam no 
território brasileiro também poderão concorrer na licitação, desde que a
 soma de suas participações no consórcio não ultrapasse 4%.
  Outra mudança colocada nesta segunda rodada de concessão de aeroportos é
 que o operador aeroportuário deverá ter pelo menos 25% de participação 
acionária no consórcio que vai disputar o leilão de Galeão e Confins.
  O ministro da Aviação Civil também apresentou as previsões de aumento 
de passageiros nos dois terminais aeroportuários com as privatizações. 
De acordo com os cálculos do governo, nos próximos 25 anos, a circulação
 de passageiros no aeroporto do Galeão deverá passar dos atuais 17 
milhões para 60 milhões por ano. O estudo do governo considera uma média
 de aumento anual da demanda de usuários de 4,9%.
  No aeroporto de Minas, o ministério estima que a circulação anual irá 
saltar de 10,4 milhões para 43,3 milhões de pessoas nas próximas três 
décadas, média de crescimento de 4,7% por ano.
  Antes de publicar o edital, a Anac e o ministério irão promover 
audiências públicas para coletar sugestões para o processo licitatório. 
Durante todo o mês de junho, o governo disponibilizará um espaço na 
internet para receber as contribuições.
  Além disso, será promovida uma audiência pública presencial em cada uma
 das cidades que sediam os aeroportos. O evento para debater a 
privatização de Confins ocorrerá em 17 de junho e o da capital 
fluminense no dia 18 de junho.
  O secretário-executivo da Secretaria, Guilherme Ramalho, assegurou que 
as atuais tarifas de embarque terão seus preços mantidos no valor de R$ 
21,57 até a transferência das operações para as concessionárias 
vencedoras da licitação. Após esse período, passarão a valer os valores 
previstos no contrato de concessão, que tem como base os valores 
praticados nos aeroportos já concedidos (Brasília, Viracopos e 
Guarulhos). Atualmente, a tarifa de embarque nesses aeroportos é de R$ 
21,13 e a de conexão é de R$ 7,16.
Investimentos
  A atual infraestrutura aeroportuária do país foi criticada pelo 
ministro da Aviação Civil. Para Moreira Franco, é preciso “mudar tudo” 
nos dois aeroportos que serão licitados para a iniciativa privada.  O 
integrante do primeiro escalão do governo Dilma Rousseff avaliou que, 
atualmente, os passageiros brasileiros não são tratados como “clientes”.
  “Tem que mudar tudo. A primeira mudança que me parece fundamental é que
 o passageiro seja tratado como cliente. Ele paga e merece qualidade de 
serviço, preço e segurança”, reclamou.
  Moreira Franco disse ainda que os problemas operacionais que 
“atormentam” a vida dos usuários dos aeroportos do Rio e de Minas tendem
 a ser eliminados com o uso de tecnologia.
  “A tendência é que eles [os problemas operacionais] possam ser 
resolvidos e melhorados com uma tecnologia que tem garantido a vários 
aeroportos do mundo, com uma circulação de passageiros muito maior do 
que a nossa, um serviço de qualidade. É isso que vamos ter, posso 
garantir que as coisas vão mudar”, prometeu o ministro.
  Para tentar solucionar as deficiências de infraestrutura do Galeão e de
 Confins o governo pretende exigir investimentos bilionários nos dois 
aeroportos. Conforme os estudos de viabilidade produzidos para a 
licitação, os consórcios que passarem a administrar os dois terminais 
terão de injetar aproximadamente R$ 8,7 bilhões durante a vigência dos 
contratos. Desse montante, cerca de R$ 5,2 bilhões serão reservados para
 a estrutura aeroportuária fluminense e outros R$ 3,5 bilhões para a 
mineira.
  No momento em que assumirem as concessões, as empresas vencedoras da 
licitação deverão executar uma série de obras para atenuar as 
deficiências dos terminais. No Galeão, por exemplo, será exigido em 
contrato, até 2016, a construção de 26 pontes de embarques, a ampliação 
do pátio de aeronaves e a adequação das instalações para armazenamento 
de carga, essa última medida já visando os Jogos Olímpicos do Rio.
  Em Confins, o futuro concessionário terá até 2016 para construir um 
novo terminal de passageiros com, pelo menos, 14 pontes de embarque e 
ampliar o pátio de aeronaves. 
  De acordo com a Anac, após essas primeiras obras, as futuras 
modernizações nos dois terminais aeroportuários irão se dar por meio do 
mecanismo de gatilhos de investimento, que são disparados conforme o 
crescimento da demanda do aeroporto ao longo do tempo.
saiba mais:
   Governo arrecada R$ 24,5 bi com aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos 
Cuiabá, Rio, Manaus e Brasília têm piores aeroportos, diz pesquisa 
G1


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